Páginas

Assista nossos programas:

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Canil da Polícia Militar completa 65 anos de serviços à população

A Polícia Militar conta com 294 cães treinados em todo o Estado de São Paulo
O Canil Central da Polícia Militar completou este mês 65 anos de serviços à população do Estado de São Paulo. A solenidade de aniversário da unidade, que faz parte do Comando de Policiamento de Choque (CPChq) aconteceu na manhã desta terça-feira (29), na zona norte da Capital, com a presença do secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, que recebeu a medalha em alusão ao cinquentenário da unidade.

“Tenho alegria e satisfação em receber essa honraria. É muito importante relembrar a história da PM e do Canil, este importantíssimo instrumento de combate à criminalidade, às drogas, ao narcotráfico e também de auxílio à vida nos resgates”.

O canil começou a funcionar em 15 de setembro de 1950, quando o então capitão da Força Pública Djanir Caldas trouxe da Argentina técnicas da cirotecnia, uma ciência que estuda – entre outras coisas – o comportamento dos cães. Os trabalhos começaram com quatro cães da raça Pastor Alemão, também vindos também do país vizinho ao Brasil.

Atualmente, o Canil Central conta com 52 cães treinados de nove raças diferentes, entre elas, pastores alemães e belgas e labradores. A unidade, que é subordinada ao 3º Batalhão de Policiamento de Choque (BPChq) “Humaitá”, conta com cerca de 120 agentes e 24 viaturas. Ao todo, há 294 cães treinados em todo o Estado.

Para ingressar no canil, os animais passam por testes comportamentais, morfológicos e genéticos. Os cães selecionados passam por um treinamento que dura de um ano a um ano e meio, em média. Eles trabalham até os oito anos e, após a aposentadoria, são encaminhados para adoção. Nesse processo, tem prioridade o PM que trabalhou por mais tempo com o cão.

A Polícia Militar conta com 23 canis setoriais espalhados pelo Estado, além da unidade central paulistana. Apenas na Região Metropolitana de São Paulo, há três unidades: em Osasco, Franco da Rocha e Suzano. O 1º Grupamento de Bombeiros (GB), sediado no Cambuci, no Centro de São Paulo, também conta com um canil.

As demais 19 unidades ficam no interior paulista: em Araçatuba, Araraquara, Assis, Barretos, Bauru, Campinas, Jaú, Marília, Panorama, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santos, São José do Rio Preto, Sertãozinho, Sorocaba, Tatuí e Taubaté.

Produtividade

“Quero agradecer a PM de São Paulo, a cada um de vocês, comandantes, oficiais e praças, pelo trabalho, competência, lealdade nesses nove meses de gestão. Graças ao trabalho de vocês nós conseguimos diminuir todos os índices de criminalidade”, destacou o secretário.

Este ano, os cães do Choque participaram de oito buscas e capturas, 93 varreduras antibombas e 131 procuras de drogas. O efetivo da unidade prendeu 72 pessoas em flagrante e abordou outras 6.206, além de ter fiscalizado 1557 carros e motos. De janeiro até agora, foram apreendidos 8,5 quilos de maconha e 9 kg de cocaína.

“Não se pode ignorar ou deixar de valorizar e parabenizar a PM por todos os altos índices de produtividade, pelas apreensões de drogas, pelas prisões em flagrante realizadas, bem como pelas operações feitas. E com isso os resultados aparecem”, completou Moraes.

O secretário relembrou a queda dos principais indicadores de criminalidade. “Nos oito primeiros meses do ano, os índices de homicídios, tanto no mês como no acumulado diminuíram. Vamos terminar o ano com menos de quatro mil mortes. Além disso, outros indicadores, como o de furtos, latrocínios, estupros, roubo de veículos e de carga também apresentaram queda, sendo que este último teve diminuição pelo quarto mês consecutivo”.

Caso Eduardinho

Em meados da década de 1950, o trabalho do canil ganhou repercussão com o resgate do menino Eduardo Jaime Benevides, na época com três anos e meio, na Serra da Cantareira. “Eduardinho”, como ficou conhecido, havia sido sequestrado perto de sua casa e cerca de 100 policiais participaram das investigações.

Contudo, ao lado do soldado Muniz de Sousa, foi o cão Dick quem encontrou a criança, em meio à floresta, chorando, dentro de um buraco de um metro e meio de profundidade. O canil, que estava para ser fechado, ganhou destaque em todo o Estado. Dick recebeu do governo estadual uma coleira de prata e ficou conhecido como um herói.

Medalha

Durante a solenidade em comemoração ao aniversário da companhia, foram entregues 40 medalhas em alusão ao cinquentenário do Canil Central. A medalha foi criada em 8 de abril de 2002 pelo governador Geraldo Alckmin, com o objetivo de homenagear personalidades e instituições que tenham contribuído ou prestado serviços relevantes ao Canil.

Nesta terça-feira (29), foram homenageados, entre outras pessoas, o secretário Alexandre de Moraes, o secretário municipal de Esportes, Lazer e Recreação, Celso Jatene, o presidente da Companhia Energética de São Paulo, Mauro Arce, e o subcomandante da Polícia Militar, coronel Francisco Alberto Aires Mesquita. O evento aconteceu na Associação dos Oficiais da Policia Militar (AOPM), no Tremembé, zona norte da Capital.



quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Pesquisa desenvolvida na UFSCar aponta que interação com cachorros diminui o estresse nos humanos

Laura Garcia - Foto: Isabela Cardoso
Estudo foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade

Uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) aponta que a presença dos cachorros relaxa e traz bem-estar e prazer para os humanos em situações consideradas negativas. O estudo, que consiste na análise das interações entre homem e animais, pretende compreender os possíveis efeitos benéficos dessa interação na saúde do ser humano.
Para desenvolver o projeto “Efeitos da presença do cachorro na tolerância e avaliação de situação aversiva”, a mestranda Laura Garcia, responsável pelo estudo, com orientação da professora Camila Domeniconi, docente do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar, reuniu um grupo de 30 voluntários com idade entre 22 e 34 anos, sendo 15 homens e 15 mulheres, para verificar se a presença ou o contato com um cachorro altera a forma de como os participantes se sentem em uma situação desagradável.
Para isso, os voluntários da pesquisa foram divididos em três grupos, por meio de um sorteio, e colocados para ouvir um som aversivo composto por 23 notas monofônicas, que foi submetido a seis juízes para validarem sua aversividade. Cada pessoa recebia o fone de ouvido e a instrução de que deveria permanecer em uma sala escutando esse som pelo tempo que fosse confortável. Um grupo ouviu o som em uma sala vazia, outro grupo de pessoas ouviu o som tendo um livro de figuras para folhear, e um terceiro grupo pode interagir com um cachorro enquanto escutava o barulho. E então, os resultados de cada grupo foram comparados.
Segundo a pesquisa, o grupo de pessoas que interagiu com o cachorro tolerou mais tempo o som aversivo, ficando entre 22 e 32 minutos dentro da sala. As pessoas que estavam sozinhas na sala toleraram o barulho por cerca de 17 minutos. Já o grupo que tinha um livro para folhear aguentou aproximadamente 16 minutos dentro do local. Além do tempo de permanência ter sido maior, o grupo que contava com um cachorro para interagir avaliou a sessão mais positivamente, classificando-a como mais serena, legal e agradável, e também afirmaram que se sentiram mais relaxados, confortáveis, animados, divertidos e felizes do que os participantes das outras duas condições. Para Laura, esses dados indicam uma possibilidade já mencionada na literatura de que a interação com animais, especialmente cães, diminui os sintomas de estresse.
Laura Garcia acredita que o diferencial da pesquisa é tentar compreender o que acontece na relação do ser humano e dos cachorros de forma simples, com metodologia replicável e medidas operacionalmente descritas, que é uma lacuna presente nessa área de estudo no Brasil. “Para que os profissionais da saúde possam propor intervenções realmente eficazes utilizando animais, precisamos saber com dados fidedignos o que ocorre, e nosso trabalho tenta contribuir nesse âmbito”, explica a pesquisadora.
O projeto ainda não foi concluído. Laura continua coletando dados e agora analisará a reação de novos participantes com a ajuda de um equipamento de leitura de condutância da pele. Em outubro, a pesquisadora participa no Rio de Janeiro de um Simpósio Internacional sobre atividades e terapias assistidas por animais para trocar conhecimentos e experiências e conhecimentos com outros pesquisadores da área.